Traços desenhados pela água na areia da praia. Usando o vai e vem das ondas, o brilho do sol e colorido da vegetação, a natureza produz imagens que encantam pela riqueza e sintonia de detalhes. Embora despercebida aos olhos de muita gente, essas imagens foram descobertas pelas lentes do fotógrafo ANTONIO DAVID.
Após dedicar mais de uma década à pesquisa, DAVID irá expor 23 fotografias, tamanho 30x45cm, feitas da beira-mar. Com o título “OLHAR TÁTIL”, as obras serão expostas entre os dias 03 e 17 de novembro, na área de Lazer do SESC Centro João Pessoa. Elas poderão ser conferidas das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira.
O trabalho será aberto ao público, após ser analisado por especialistas experientes na área. De acordo com o crítico de artes, Walter Galvão, “DAVID extrai, com habilidade de alquimista, imagens oníricas, sensuais, lúdicas e inéditas do movimento eterno e simples do mar sobre o aparente despojado da areia”.
“Resultam dessa garimpagem das fábulas naturais narrativas que transcendem ao feixe icônico que nos atravessa diariamente, surgindo nas fotos arquitetônicas, inscrições, luminosidades e colorações fantásticas que revelam a sensibilidade do artista, a acuidade do jornalista e a vontade eterna de liberdade do homem”.
O membro da Associação Brasileira de críticos de Artes, Eudes Rocha Jr, lembra que “o homem, ao longo da existência na Terra, tem observado como a natureza, espontaneamente, ou com interferência humana produz imagens mais diversas e curiosas. Sejam pela beleza, exotismo ou bizarrice”.
“Muitas imagens são descobertas frequentemente pelas civilizações dos quatro cantos do mundo. Estão na Austrália, Oeste Americano, Floresta Amazônica, interior das grutas de Minas Gerais ou em cidades do sul da Itália, vitimadas por erupções vulcânicas ou ainda nos lugares onde a erosão eólica é um fenômeno presente”, acrescentou.
Eudes Rocha acredita que é possível encontrar imagens desse gênero na Paraíba. “Elas vêm sendo capturadas pelo olhar perspicaz e talentoso de ANTONIO DAVID que, com rara sensibilidade, faz da fotografia mais do que um resultado técnico, apreendendo imagens da beira-mar, ao longo das nossas praias, descobrindo-lhes a poesia que encerram. São imagens cujas tramas feitas na areia pelo ir e vir das águas do mar, ganham uma beleza ainda maior com o brilho do sol sobre aquela fina camada d’água, realçando o claro escuro dos relevos e contornos desenhados pelo fluxo e refluxo da maré”, observou.
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